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COMO EDUCAMOS OS CORPOS?







Educamos os nossos corpos a partir do contexto de nossa sociedade e, ainda que alguns tentem enfatizar a natureza como a base de gênero, o reconhecer de um corpo tem entrelace com o tempo em que vivemos. Ou seja, a educação parte de uma construção social que determina as performances de nossas crianças a partir de, por exemplo, uma ideia heteronormativa como reguladora social de corpos. Sendo assim, limitamos o autoconhecimento dos corpos ao colocá-los em caixinhas de certo ou errado, principalmente no amparo sexual. Esse regulamento tem como maior reforço os valores morais enfatizados pelo conservadorismo que enxerga em caminhos divergentes – em que a liberdade da expressão de gênero pavimenta um ambiente para que pessoas vivam felizes em seus corpos – a falta de restrições sexuais e contestadora de ensinamentos religiosos e científicos.

Algumas pessoas vivem em paz com o gênero que lhes foi atribuído, mas outras sofrem quando são obrigadas a se conformar com normas sociais que anulam o senso mais profundo de quem são e quem desejam ser. Para essas pessoas é uma necessidade urgente criar as condições para uma vida possível de viver (BUTLER, 2017).

Educamos corpos através de expectativas associadas ao gênero, pois acreditamos que cabe às meninas agirem de determinada forma, muitas vezes um papel tradicionalmente envolvido com o lar e com o doar-se em prol do homem, enquanto aos meninos todo o esforço do trabalho será garantido e junto dele uma posição superior ao da mulher na sociedade. Não construímos ideias sobre os nossos corpos, não completamente, enquanto permanecemos negando as expectativas que permeiam a existência de cada um. É preciso enxergar a falta de liberdade e só então, como Judith Butler (2017) proproẽ, poderemos moldar nossas vidas de uma maneira mais verdadeira e palpável.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BUTLER, Judith. Judith Butler escreve sobre sua teoria de gênero e o ataque sofrido no Brasil. Folha de São Paulo, 2017.


BUTLER, Judith. Corpos que importam: os limites discursivos do “sexo”. New York: Routledge, 1993.


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